O meu tipo de sucesso

Gostaria de levantar questionamentos sinceros sobre o que você está vivendo agora.



Sei que você também vive se questionando, se tem sido um bom pai, um bom filho, um bom vizinho, um bom funcionário, uma boa pessoa enfim. São naturais estes questionamentos porque também é natural a busca constante por um modelo de perfeição e sucesso.

Gostaria neste artigo de fazer uma viagem junto com você por estes questionamentos, submergir na caverna de seus sentimentos mais recônditos, aqueles que você não contaria a ninguém e, o que é pior, não contaria nem a você mesmo. É opção sua continuar vivendo fazendo de conta que está tudo bem, que afinal até que você não se saiu tão mal assim na vida; ou mergulhar fundo nos porquês mais profundos de sua existência.

Se você tem sede de se sentir mais completo, de tocar a fonte das respostas que afinal estão dentro de você mesmo, leia este artigo, e inicie a jornada em busca do seu eu principal, seu eu que busca uma vida mais íntegra em todos os sentidos.

O termo sucesso suscitado no título deste artigo “O Meu Tipo de Sucesso” tem a ver com um sucesso que não tem nada a ver com o conceito do ponto de vista comum, mas sim um sucesso que se encontra tendo tudo ou tendo nada, um sucesso absolutamente relativo, relativamente absoluto. Se você não tem se sentido completo, parece que tem a sensação de que algo ainda está faltando e quer tentar buscar este algo, segure na minha mão agora que escreve na mesma busca que você, ávida pelo sentido maior da vida, ávida pela busca da unidade com o todo, com o universo.

Agora, se você já é daquele tipo de pessoa investigativa, um explorador nato, achou o caminho, que afinal não tem a pretensão de ser o caminho, mas pelo menos um caminho.

Bem, então vamos logo tocar na fonte... Buscando uma ajudinha com Platão. Embora sua existência remonte a eras passadas, eras anteriores até mesmo a Cristo, Platão continua tão moderno e atual como os misteriosos chips de computadores que parecem conter tudo dentro de espaços tão ínfimos.


Como estudamos nos bancos acadêmicos, Platão possuía aquela idéia de que tudo que percebemos com nossos cinco sentidos na verdade não são a realidade. A realidade sim está naquilo que nossos sentidos não têm capacidade de ver. Ele coloca que o que vemos nada mais é que sombras, imitações baratas da realidade perfeita que existe no mundo das idéias. Neste mundo das idéias sim é que existiriam os modelos perfeitos, a felicidade plena, a realização total, a fonte de inspiração de todos os artistas, religiosos e cientistas.

Bem, não estamos aqui para contestar ou apoiar Platão em suas teorias filosóficas, mas uma coisa é certa, há algo que existe além de nossas percepções normais e sensoriais.

Falando nisso, é bem verdade que esses nossos sentidos são um pouco falhos, não é verdade? Conseguimos ver somente até onde nossos olhos alcançam, não conseguimos ver o que está muito longe e nem o que está muito perto. Não conseguimos ter noção de coisas muito grandes, e também das pequenas só com instrumentos especiais. Nossa audição não é menos limitada, pois nossos ouvidos ouvem somente uma determinada freqüência, sendo que até mesmo um cachorro possui este sentido mais desenvolvido, ouvindo coisas que nossos ouvidos ignoram.

Mas o que quero colocar aqui neste introdutório é que realmente deve haver algo que não conhecemos, pelo menos não plenamente, que age concomitantemente a este mundo “normal” que estamos acostumados a ver com nossos parcos sentidos.

Universo holográfico: Existem ainda outras correntes de pensamento que dizem que as coisas neste universo não são como elas parecem ser, mas sim como nós as vemos. Utiliza-se o termo holográfico porque pode modificar-se a cada movimento, a cada percepção. Cada um vê ou julga acontecimentos e pessoas de acordo com suas próprias percepções, o bojo interno formado por crenças, idéias e sentimentos.

Bem, aqui já estamos recebendo uma pista em relação ao sucesso. Podemos observar que nada é exatamente como parece, e sim como vemos. O sucesso não é diferente. Perceba como cada um tem uma visão diferente do assunto. Uns vêem o sucesso como uma junção de bens materiais como carro do ano, casa própria, status, uma boa família, uma carreira promissora. Outros preferem se retirar com suas leituras, seus entes mais queridos e levar uma vida bem tranqüila. Em casos mais extremos, podemos citar os eremitas, cujo modelo de sucesso se encontraria no isolamento e na renúncia às coisas materiais.

Aprisionados em nossa própria rotina: A velocidade do mundo de hoje é algo impressionante. Fomos aprisionados de tal forma a uma conjunção de tarefas e informações que nem percebemos mais o tempo passar.

As doenças da moda neste século são o stress e a depressão. Stress porque não é possível se ter tempo para ser feliz com tanta pressão, com tanto medo que nossa sociedade atual nos impinge. Depressão porque também não é possível com tal tortura invisível viver de forma digna, como nosso ser interior gostaria de atravessar essa existência.

Não falo aqui somente das grandes depressões, mas também daquelas pequenas depressões que podemos ter durante o dia quando nos apanhamos tristes sem nem saber por que, quando repentinamente nosso pensamento se abstrai de tal forma que nem sabemos qual caminho afinal estamos percorrendo. Ou quando nos perguntamos “afinal onde vai dar tudo isso, pra onde estou indo, ou por que e o que estou fazendo aqui, nesta família, nesta cidade, neste trabalho, nesta situação?”

Há horas em que nos sentimos tão sufocados com nossa própria criação, já que a situação que vivemos hoje não foi criada por ninguém mais além de nós mesmos, que buscamos escapar de inúmeras formas, seja tentando nos libertar através da arte, como assistindo filmes, novelas e outras formas fantasiosas de ver a vida, ou quem sabe até mesmo nos entregando aos maus hábitos para satisfazer momentaneamente os sentidos tão esmagados pela rotina criada.

Mas existe uma saída. Aliás, não sei se você já percebeu, mas sempre existe uma saída, mesmo quando não há saída. Existe um caminho a seguir, mesmo que nossos olhos físicos não o consigam ver neste momento. Sempre existe uma força tentando impelir você pra cima e pra situações mais evoluídas de vida. Basta ficar atento. E aceitar que essa força jogue você pra bem alto, pra um sucesso que ainda poucos conhecem, mas que você está prestes a conhecer.

Perseguindo eternamente o sucesso e a felicidade: Quando uma criança ganha um brinquedo novo, e lembro de mim mesmo quando era pequeno, ela brinca exaustivamente com ele até que seus sentidos esgotem a admiração pelo novo objeto. Assim, em pouco tempo, aquilo que consistia em tanta satisfação e alegria, rapidamente torna-se apenas mais um brinquedo de sua coleção.

Com nossos objetivos e metas, parece acontecer algo semelhante. Lutamos muito para termos um novo carro, uma televisão do momento, um micro computador bem equipado, passar num vestibular, fazer uma pós-graduação, encontrar um bom casamento, enfim, poderia enumerar aqui centenas de possíveis desejos que possuímos. Sentimos uma grande satisfação ao realizar estes desejos ou ver filhos e entes queridos alcançá-los. É uma sensação de vitória e êxtase quando chegamos finalmente à concretização de algo que planejamos, lutamos e idealizamos.

Afinal, nada mais natural. Mas, assim como nos brinquedos novos, nossos sentidos começam a perder o prazer aceleradamente pela nova meta alcançada. Há inúmeras pessoas que almejam tanto encontrar um companheiro(a), mas quando encontram, não sabem valorizar o tesouro encontrado. Quem está a procura de um emprego, vibra ao acordar para o primeiro dia de trabalho, ao contrário das semanas seguinte, repletas de reclamações diárias.

Desta forma, só podemos concluir que a felicidade e o sucesso não podem ser medidos com o termômetro das conquistas materiais. Ter conforto, bens, dinheiro, boa colocação profissional é muito bom, porém parece não ser suficiente. Mas afinal, onde está a felicidade e o sucesso?

Afinal, onde está a felicidade e o sucesso? Obviamente, não pretendo lançar mão de uma receita infalível de sucesso, mas apenas apresentar um caminho a ser seguido. Entretanto, a descoberta da sua felicidade é algo somente seu, impossível de ser definido por mim ou por qualquer outra pessoa que seja, mesmo que lhe conheça extremamente bem.

Parece-me que sucesso tem a ver com poder desfrutar as coisas que você gosta, como pessoas queridas, viagens, um bom trabalho, tranqüilidade financeira. Já a felicidade é o modo como você vê e lida com tudo isso.

Não sou absolutamente contra fazer planos, ter projetos e metas, estratégias e objetivos. Absolutamente o contrário, atuo como personal coach e ajudo pessoas a atingirem seus objetivos. Mas a grande questão que gostaria de colocar é que o sucesso não tem a ver com o resultado final do projeto, se a meta foi atingida ou não, mas como foi a viagem pra chegar até lá. Ou seja, é preciso ser feliz em cada minuto do projeto, em cada etapa, seja ela concluída satisfatoriamente ou não. Não importa o resultado, o que importa é o crescimento que foi obtido, porque o grande ideal é evoluir. A maior parte das pessoas está preocupada com o produto final de sua carreira, de seus ativos e passivos, mas não no patrimônio que a vida acrescentou ao seu ser mais recôndito.

Muitas vezes os objetivos não foram alcançados porque não eram adequados a você, pelo menos não naquele momento. Muitas vezes precisamos alterar completamente um projeto tão desejado por causa de um lampejo de intuição que atravessa nossos sentidos de forma tão objetiva.

Como disse no início, não tenho pretensão de ter descoberto o caminho da felicidade, porque senão acredito que não deveria ter escrito um artigo, mas sim fundado uma religião nova. Mas quero falar aqui de minhas descobertas pessoais acerca do assunto. Assim como disse Platão, realmente o que existe de verdade é o que não podemos experimentar com os sentidos. Existe um mundo mais íntegro, absoluto, que transcende nossa materialidade física. Este mundo só pode ser tocado quando, além de acreditar no que nosso corpo físico limitado pode fazer, saltamos para a dimensão mental e espiritual.

Sim, é isso mesmo. A felicidade e sucesso verdadeiros só podem ser experimentados mentalmente e espiritualmente. Se você achava que podia tocar no sucesso fisicamente, se enganou. Esta é a ilusão, o mito da caverna que Platão sugeriu. Realmente o sucesso é um estado mental; a felicidade, um estado espiritual.

É preciso criar o seu próprio tipo de sucesso. É necessário inventar sua própria felicidade. E isto nada tem a ver com a quantidade de bens ou projetos que você tem agora. Nada tem a ver se seu futuro parece promissor ou não, ou se você se encontra em um estado total de estagnação.

Por mais projetos que se tenha, se você não consegue curtir a viagem, o sonho de criar sonhos, eles não servem pra nada. Se você não consegue dançar ao som de suas estratégias, elas também não servem para nada. Se você não consegue trazer crescimento para si durante o projeto, mas crescimento consciente, ele de nada valeu. Se você não consegue agregar valor para os outros ao concluir uma meta, então seu objetivo alcançado foi apenas mais um brinquedo novo. Não é necessário agarrar-se fervorosamente a uma religião, nem procurar um guru para achar o caminho. Pois ele já está dentro de você. Parece teoria, mas não é. É a coisa mais prática que você já viu em toda sua vida.

Não tive neste artigo a pretensão de ensinar uma fórmula, mas abrir seus olhos para um filme que está rodando por trás dos bastidores de sua vida. Agora, siga sua intuição e crie seu próprio sucesso. Eu consegui criar o meu. Ainda não tenho tudo o que desejaria ter, não sou tudo que gostaria de ser, mas me divirto em minha rotina, seguro na mão invisível que insiste em me conduzir cada vez mais para o alto e me deixo levar. Gostaria de desejar a você ao fim deste artigo que possam experimentar um dia o meu tipo de sucesso. Ou, ainda melhor, desejo muito que experimente o seu próprio tipo de sucesso.

Henrique Amaral - Empresário, consultor, facilitador e palestrante; Mestrando em Administração e Negócios (Estratégia e Gestão da Informação) pela PUCRS; Formado em Administração de Empresas pela UFRGS / FAPA; Preletor da Seicho-No-Ie do Brasil;
Experiência em situações desafiadoras e que exijam mudanças e rápidas adaptações ao ambiente; Nas atividades de consultor, desenvolveu várias assessorias, com experiência nacional e internacional; Facilitador em treinamentos, seminários, cursos e workshops; Ministra coaching executivo e coaching para equipes; Atua no desenvolvimento de equipes de alto desempenho; Grande vivência em palestras de motivação de alto impacto; Atua nas áreas de Motivação, Liderança, Relações Interpessoais, Desenvolvimento de Pessoas, Vendas, Marketing, Comunicação, Planejamento Estratégico.
O meu tipo de sucesso O meu tipo de sucesso Reviewed by Jonas Schell on janeiro 12, 2010 Rating: 5

Um comentário:

  1. Adorei o artigo, realmente independente de crença, o mais importante é a crença em nós mesmos, e se ter conciência de que podemos conquistar tudo que queremos e depende de nós,eu particularmente não acredito que se ter sucesso ou que a felicidade estejam lincados aos bens materiais, mas sim a tudo aquilo que vem depois de vc tê-los conquistados, bens materiais se vão, mas vitórias e conquistas basta vc tê-las sempre novas.

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